O DÉBUT DE RAQUEL SARACENI NA MÚSICA:
EM “O TEMPO ME GUARDOU VOCÊ”, ATRIZ FALA
DE AMOR COM CANÇÕES DE IVAN LINS E GIL
Por Heloisa Tolipan (29 anos de jornalismo)
Raquel colocou Ivan Lins para escrever letra para uma melodia do próprio, coisa que não é muito comum de acontecer. Em conversa com HT direto de Paris, ela fala do álbum e da gravação do clipe de “Samba de Vison”
*Com Lucas Rezende
29/04/2015 às 18:49 - POR: Junior de Paula
Raquel Saraceni virou atriz muito cedo, em São Paulo, aos 17 anos. Mas a música parece perseguir sua vida tão cedo quanto. Sua mãe adorava cantar, e sua avó – que a criou – lhe ensinou a gostar de grandes nomes da MPB, como Lupicínio Rodrigues e Dalva de Oliveira. No Brasil, Raquel atuou como vocalista, mas foi na França que ela se soltou mesmo ao fundar o “Trio Sabiá” com os músicos Carlos Sandroni e Christian Duuvort.
O tempo passou, ainda na Europa, ela integrou o trio Lucky Jazz.
Em 2012, um motivo nobre fez a vida de Raquel mudar de cabeça para baixo e ainda ajudou a nascer um projeto daqueles. “Reencontrei o grande amor de quando eu tinha 20 anos, nos casamos e voltei ao Brasil, para o Rio de Janeiro. Foi essa parceria na vida e na arte que fez com que o projeto de gravar um disco se tornasse real”, conta.
O tal disco se chama “O Tempo Me Guardou Você”, tem uma pegada romântica, e conta com composições de Gil, Chico Buarque e Dori Caymmi. Ótimo para uma estreia, né? Raquel ainda colocou Ivan Lins para escrever letra para uma melodia do próprio, coisa que não é muito comum de acontecer. Direto de Paris, Raquel Saraceni conversou exclusivamente com HT sobre a escolha do repertório,
a relação com os compositores que a ajudaram e um clipe que ela gravou. Aos fatos.
HT: A cantora parece ter falado mais alto que a atriz. Estou certo?
RS: Realmente o lado atriz está um pouco stand by, mesmo que eu tenha feito algumas leituras teatrais ultimamente. Fiquei muitos anos na França, praticamente sem contato com o teatro desde que saí daqui [Raquel nos responde da Europa], em 1991. Então eu retomei a música na França, porque em um país estrangeiro não é tão fácil fazer teatro. E cantar na sua própria língua te deixa muito mais à vontade.
HT: Quando nasceu a vontade de fazer um CD? Em que momento da sua vida você se encontrava?
RS: Eu estava na França, preparando a minha volta para o Brasil, e o Sérgio [Saraceni] apareceu com uma canção dizendo que eu iria gravar quando voltasse. Era “O Tempo Me Guardou Você”, uma canção que tinha tudo a ver com a nossa história, e assim começou a ideia do CD.
HT: Para uma estreia, ter composições de Gilberto Gil, Chico Buarque e Dori Caymmi não é pouca coisa. Como se deu a
escolha das canções e qual sua relação com esses grandes
nomes da música?
RS: A primeira canção foi do Ivan Lins, “O Tempo Me Guardou Você”, que tem tudo a ver com a nossa história de amor. Em seguida uma canção do Dori Caymmi, que eu conhecia superficialmente, e depois outra canção do Ivan Lins, “O Acaso”. Selecionamos outra canção do Dori, com letra do Chico Buarque, a “Fora de Hora”. E aí veio a vontade de pedir duas outras canções para o Ivan, “Um Gesto Qualquer” e “Samba de Vison”, uma parceria dele com o Michel Legrand, com letra do Claudio Lins, filho do Ivan. Escolhemos uns sambinhas para animar o repertório, que estava muito romântico, mas sempre na linha do amor, como “Amor Até o Fim”, do Gilberto Gil, e “Samba Sem Você”, da Rosa Passos, que eu adoro.
HT: Com o Ivan já sabemos que há uma admiração recíproca. Como se deu esse envio das quatro canções dele? Você pediu, quem escolheu, e conta um pouco desse bilhete?
RS: Chamamos o Ivan Lins e pedimos mais duas canções, uma no estilo “Madalena” ou “Dinorah, Dinorah”, o que não é pedir pouco (ri). E ele veio então com uma canção inédita, ainda sem letra, e o Sérgio [Saraceni] pediu que ele mesmo fizesse a letra. Ele topou, apesar de raramente escrever letras para as suas melodias. Mas ficou linda e ele se revelou também um grande letrista.
HT: Como foi a gravação em Paris de “Samba de Vison”?
RS: Nosso clipe do “Samba de Vison”, aqui em Paris, está sendo maravilhoso. Já tínhamos gravado o primeiro clipe de “O Acaso” no Estúdio Nas Nuvens, no Rio de Janeiro. Tivemos três dias magníficos de sol e pudemos explorar bastante a cidade, com as locações escolhidas por mim, como uma espécie de declaração de amor a Paris, porque morei aqui por quase 20 anos. Fomos nos lugares mais queridos, mais bonitos, mais apaixonantes, que têm a ver com o lado romântico do disco, mas também com o lado lúdico, divertido do projeto. “Samba de Vison” é uma música meio francesa, meio brasileira, tem esse lado nostálgico de alguém que está em Paris com saudades da cidade do Rio de Janeiro.
HT: Fazer CD é mais fácil ou difícil que você imaginava?
RS: Fazer um CD é mais fácil do que eu imaginava num certo sentido, porque esse, em particular, está sendo muito gostoso de fazer. As coisas de que a gente gosta, a gente faz brincando, não é? Cantar para mim não é difícil, é muito prazeroso, e este CD tem reservado muitas surpresas agradáveis, mágicas . Já estamos até pensando no segundo disco.
Leia a matéria original de Heloisa Tolipan. www.heloisatolipan.com.br
Entre em contato
Raquel Saraceni
Assessoria de Imprensa: Coringa Comunicação
Belinha Almendra
belinha@coringacomunica.com.br
21 2259 6042